Vicente de Paulo, São
Os Convulsionários de Saint-Médard
(Continuação – Vide o número de novembro)

1. [A São Vicente de Paulo]. Na última sessão evocamos o diácono Pâris, que teve a bondade de vir. Gostaríamos de ter a vossa opinião pessoal sobre ele, como Espírito.

35 N. do T.: Conforme consta no original foi pulado o no 2.

Resp. – É um Espírito cheio de boas intenções, porém mais elevado moralmente do que em outros sentidos.

2. De fato ele é estranho, como diz, ao que se fazia junto ao seu túmulo?
Resp. – Completamente.

3. Poderíeis dizer-nos como considerais o que se passava entre os convulsionários? Era um bem ou um mal?
Resp. – Era antes um mal que um bem. É fácil de perceber pela impressão geral que esses fatos produziam sobre os contemporâneos esclarecidos e sobre os seus sucessores.

4. A esta pergunta dirigida a Pâris, a saber: “Se a autoridade tinha mais poder que os Espíritos, por que pôs fim aos prodígios?”, sua resposta não nos pareceu satisfatória; que pensais disso?
Resp. – Ele deu uma resposta mais ou menos conforme à verdade. Esses fatos eram produzidos por Espíritos pouco elevados; a autoridade pôs-lhe um termo, interditando a seus promotores a continuação dessa espécie de saturnais.

5. Entre os convulsionários alguns se submetiam a torturas atrozes; qual era o resultado disso sobre seus Espíritos depois da morte?
Resp. – Praticamente nulo. Não havia nenhum mérito nesses atos sem resultado útil.

6. Os que sofriam essas torturas pareciam insensíveis à dor; havia neles simples resignação ou insensibilidade real?
Resp. – Insensibilidade completa.

7. Qual era a causa dessa insensibilidade?
Resp. – Efeito magnético.

8. A superexcitação moral, chegada a um certo grau, não poderia aniquilar-lhes a sensibilidade física?
Resp. – Isso contribuía em alguns deles e os predispunha a sofrer a comunicação de um estado que em outros tinha sido provocado artificialmente, porquanto o charlatanismo representa um grande papel nesses fatos estranhos.

9. Já que esses Espíritos operavam curas e prestavam serviços, como, então, podiam ser de ordem inferior?
Resp. – Não vedes isto todos os dias? Não recebeis algumas vezes excelentes conselhos e ensinos úteis de certos Espíritos pouco elevados, levianos mesmo? Não podem eles procurar fazer algo de bom como resultado definitivo, com vistas a um aperfeiçoamento moral?

10. Nós vos agradecemos as explicações que pacientemente nos destes.
Resp. – Sempre vosso.
R.E. , dezembro de 1859, p. 532